segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A Fada das Crianças




Do seu longínquo reino cor-de-rosa,
Voando pela noite silenciosa,
A fada das crianças vem, luzindo.
Papoulas a coroam, e, cobrindo
Seu corpo todo, a tornam misteriosa.

À criança que dorme chega leve,
E, pondo-lhe na fronte a mão de neve,
Os seus cabelos de ouro acaricia –
E sonhos lindos, como ninguém teve,
A sentir a criança principia.

E todos os brinquedos se transformam
Em coisas vivas, e um cortejo formam:
Cavalos e soldados e bonecas,
Ursos e pretos, que vêm, vão e tornam,
E palhaços que tocam em rabecas…

E há figuras pequenas e engraçadas
Que brincam e dão saltos e passadas…
Mas vem o dia, e, leve e graciosa,
Pé ante pé, volta a melhor das fadas
Ao seu longínquo reino cor-de-rosa.

Fernando Pessoa

terça-feira, 4 de outubro de 2011

We are all a part of the same thing

(...) Sofrer e sonhar, esperar e temer, lutar e resistir, são as condições que o ato de viver nos impõe. A vida não é projeto dos deuses, nem condenação cósmica. A vida é feita pelos homens, e só por eles, e a história, com seus acertos e desatinos, não é bruxa, nem fada: ela é decidida, em cada minuto, pela vontade dos homens e pelos fatos que essa vontade determina (...)


Mauro Santayana

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

(...) O primeiro objeto de leitura em sala de aula é o olhar do professor. O olhar pode afastar ou acolher. Há pessoas que quando olham você se sente acariciado. Mas há pessoas que, quando olham você, você se sente agredido. Professor é alguém que conduz outro alguém a si mesmo.


(Bartolomeu Campos de Queirós)